José Fernando Pimenta (Guimarães, n.1995) residente da cidade do Porto, é um artista visual cuja paixão pelas artes se manifestou desde cedo. O percurso artístico começou na fotografia, inicialmente com a captura do que o rodeava, especialmente o jardim da sua casa de infância, um espaço familiar que servia de recreio para a prática. Desde muito novo, desenvolveu uma forma informal de fotografar, que mais tarde aprofundou. Fotografando as cidades por onde passou, festas, encontros com amigos e o seu dia a dia, construindo um olhar de caráter diarístico. Dedicou-se a trabalhos como freelancer nas áreas de fotografia e vídeo, especialmente em festas noturnas, destacando-se em colaborações com a editora musical Meral Label, e as conhecidas festas da Acida. Licenciou-se em Som e Imagem na Universidade Católica Portuguesa e o seu projeto final foi uma curta-metragem Ata Eterna, uma obra híbrida que transita entre o documentário, a ficção e o experimental. O filme recebeu um prémio de 3º lugar na categoria de Melhor Curta-Metragem Experimental nos Prémios Sophia, organizados pela Academia Portuguesa de Cinema. No mundo da fotografia pensa sobre a sua forma de criar imagens como uma relação cíclica. Entre fotografar, colecionar e mais tarde observar, esperando que deste ciclo saiam novas formas de olhar para as imagens. Essa forma diarística e despreocupada de fotografar nem sempre prevalece pois as imagens não podem ser só despreocupação. Elas existem na atmosfera do sentimental e sensorial e na relação entre o natural e espiritual e daí surgem as imagens que se sentem fúnebres, encalhadas e tempestuosas que se servem da natureza para trazerem à fotografia e ao artista formas contemplativas, atentas, sensíveis e assim trazer temas que lhe interessam como o luto, perda, efémero, natureza, solidão, transformação, sonhos, dor, desconhecido, imaterialidade, ausência e introspeção. A natureza é um fator do qual não consegue rescindir para a forma como fotografa pois é lá que se vê e é por lá que se exprime